Take 2

quarta-feira, junho 14, 2006

Clicar ou não clicar, eis a questão


Afinal de contas, qual é o segredo por detrás da química que por vezes surge entre os homens e as mulheres? O que é que provoca o clique? Será a aparência de cada um, o sorriso, o olhar, ou talvez o odor corporal? E já agora, se soubermos o que provoca o clique, talvez consigamos também perceber o que provoca o desclique. Tenho a sensação que esta época do fast food em que vivemos está a generalizar-se a outros campos das nossas vidas, já não é só no alimentar!

Fast food, fast clique e fast desclique!

Cada vez as relações começam e acabam mais rapidamente. Bem, na realidade, muitas vezes acabam antes sequer de começarem... Está a tornar-se muito difícil gerir as emoções e as acções neste mundo de alta velocidade. Se formos reservado(a)s ninguém está disposto a esperar, quando "entregamos o ouro” perdemos o interesse. Como agir?
No meu tempo (!) as coisas eram mais fáceis, ou pelo menos mais bem definidas. Sabíamos o que queríamos e o que esperavam de nós. Agora já não.

Hoje em dia só o primeiro date é relativamente seguro, ao segundo já se espera pelo menos um beijo, é o mínimo! E mais não digo, aceitar um terceiro já pressupõe que se está disposto a “avançar” a relação, de outra forma, porque aceitaria mais um date?? Para quê perder tempo?!

Será que já ninguém acredita num amor construído a partir de uma amizade? E quando tentamos transformar a amizade em algo mais, geralmente perdemos um amigo e ficamos sem nada! Já sabemos isso mas caímos no mesmo erro, outra vez.

“Amo-te para sempre”, devia ser proibido dizer isto a alguém! É uma promessa condenada à partida! Quem pode garantir isso? Os nossos sentimentos e emoções andam a grande velocidade e fogem muitas vezes do nosso controlo.
A cada novo clique e subsequente desclique, estou mais um passo afastada de um qualquer rumo. E, parafraseando Seneca, quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável...

No outro dia falava com um amigo que me contava uma desilusão que tinha sofrido ao entrevistar pessoalmente um músico por quem tinha grande admiração. No contacto pessoal revelou-se frio e distante, muito diferente da pessoa que ele tinha idealizado. Lembro que fiz de imediato o paralelismo para a maioria das nossas relações amorosas. Construímos uma imagem e algumas ideias sobre as pessoas, que são geralmente goradas com o aprofundar do conhecimento... Uma vez que a realidade é frequentemente uma desilusão, parece pois que o melhor é manter as nossas relações no campo platónico. Não sei se esta é a melhor solução, mas é definitivamente a mais segura.

A cada nova desilusão volto para o casulo mais um tempo, até decidir espreitar novamente e arriscar outro voo e provavelmente, outra aterragem forçada...!

quinta-feira, junho 08, 2006

Quantos mais sapos vou ter que beijar?!

Quanto melhor conheço os homens mais gosto das mulheres! Infelizmente nunca conseguiria apaixonar-me por nenhuma delas! Os homens são egoístas, preguiçosos, comodistas, imaturos. De uma forma geral, as mulheres são mais sensíveis, mais generosas, mais altruístas, e acima de tudo mais independentes!

Estou farta de conhecer homens que não conseguem ficar sozinhos porque não sabem viver sem uma muleta. Precisam da muleta para tudo e mais alguma coisa. Seja para limpar a casa, tratar da roupa e fazer o jantar, mas também para o social, ir ao cinema, ir de férias, companhia para... seja o que for! E o pior de tudo é que serve uma muleta qualquer!
Mantêm-se presos a alguém de quem claramente não gostam porque lhes dá jeito, mas acima de tudo porque têm medo de estar sozinhos, porque têm medo de estar consigo mesmos. Pelos vistos não gostam da sua própria companhia!

Acham que estou a exagerar? É porque não conhecem o mundo do lado que eu agora conheço. Do lado em que se fala abertamente, onde não se esconde o lixo debaixo do tapete, onde é permitido chorar. Há uns anos atrás também eu diria: “Que parvoíce é que esta está para aqui a dizer? Deve julgar que é aquela loira do Sexo e a Cidade a emitir opiniões sobre relacionamentos, quando ela própria não consegue ter nenhum que dure! Sabem, a série daquelas malucas que só pensam em gajos... gandas malucas.”


Sim, eu também já fiz parte do clube das desperate housewifes. Esse clube em que imperam a superficialidade e a falsidade, o que importa acima de tudo é manter as aparências. “Lá em casa está tudo óptimo, e com vocês?”. Que importa se o marido anda a comer a secretária e a mulher fantasia secretamente com um colega do trabalho, isto quando ao fim de meia dúzia de recusas já não dá mesmo para evitar os avanços do marido...!

Devo parecer amarga, e não quero ser mal interpretada, bem sei que existem excepções e até conheço algumas (pois se eu própria achava que era uma delas), mas como diz o velho ditado, a excepção só vem confirmar a regra!

Tenho conhecido mulheres fantásticas, qualquer homem com metade das suas qualidades seria um fenómeno raro! As mesmas qualidades reunidas numa mulher, porém, são consideradas comuns, vulgares, e de todo valorizadas.
Mas o que mais admiro nas mulheres que tenho conhecido é mesmo a recusa da saída fácil, menosprezarem-se e aceitarem a segunda escolha por nenhuma outra razão que não medo, a coragem de escolherem estar sozinhas.
Amigas (e vocês sabem quem são), coragem, a recompensa é a alegria de viver perigosamente!

Em tempos li algures: “Se buscas a segurança em vez da felicidade, a segunda será o preço que terás de pagar pela primeira”. Será que poucos concordam com isto? Parece-me tão evidente que se nos entregarmos à segurança do conformismo estaremos a desperdiçar as nossas vidas. Não será que vale mais ter momentos que durem uma vida que uma vida inteira sem momentos...?
Sabemos que as nossas vidas são efémeras mas agimos como se fossemos eternos!

Pois eu prefiro os momentos. Eu quero o príncipe encantado, não precisa vir de cavalo nem salvar-me de coisa nenhuma, e definitivamente que não traga armadura (!), mas que me faça voar sem asas, que me faça sentir nas nuvens. O meu príncipe é independente, está sozinho porque quer estar sozinho, porque ainda não conheceu a pessoa certa e não está disposto a aceitar nenhuma outra. Como eu.

quarta-feira, junho 07, 2006

Se for menino vai-se chamar...

Eis uma lista de alguns dos nomes que ponderei para este blog:

O admirável mundo novo
A outra face do espelho
Flores de aço
Let’s go girls
Mulheres à beira de um ataque de nervos
Mais um blind date e eu grito
Febre de sábado à noite
Instantes decisivos
Cem medos
Cem segundos sentidos
Saltos altos, sem rede
...

acho que estão a ver a ideia. Acabei por escolher Take 2. Porque se trata efectivamente de uma segunda tentativa.